Comunidade brasileira de Newark chora a perda da maranhense Ana Cláudia Borges

Ana Cláudia nasceu no Maranhão e chegou a Newark em 1995

Brasileira lutou bravamente contra um câncer no cérebro

Ao longo dos anos, a comunidade brasileira de New Jersey vem convivendo com a perda de vários membros queridos. Pessoas que chegaram ao Estado Jardim em busca do sonho americano e deixam uma marca positiva, impactando a vida de todos que cruzam o seu caminho, mas   nem sempre conseguem retornar ao Brasil como sonharam um dia. Em alguns casos, a vontade de retornar ao país de origem desaparece e os EUA passam a ser, por opção, o destino definitivo.
Durante essa caminhada feita de muitos obstáculos, algumas pessoas passam por tremendas provações, que vão muito além do desafio natural de ter que se adaptar a um país de costumes, língua e clima completamente diferentes do lugar de origem.
Este é o caso de Ana Cláudia Borges, que chegou aos Estados Unidos em 1994, cheia de sonhos, traçando uma trajetória que se mistura e identifica com a de milhões de outras pessoas que chegam aos Estados Unidos dispostas a trabalhar duro para conquistar os seus objetivos.
Nascida no Maranhão, em 1965, Ana Cláudia fez de Newark a sua casa fora do Brasil e deu a sua contribuição para o fortalecimento da colônia brasileira.
O promotor de eventos Cacá Santos, então responsável pela parte de entretenimento do lendário restaurante e casa de shows Castelo ‘s, na Ferry Street, foi o primeiro a dar-lhe uma oportunidade de trabalho na sua chegada ao país.
“Estávamos na Copa do Mundo e a Ana Cláudia foi uma das barmaids da equipe de 30 profissionais que trabalhavam na casa naquele período”, conta.
“Ela era uma pessoa calada, na dela, mas trabalhava muito bem. É o tipo de mulher guerreira, que soma para o grupo. Eu era muito amigo de seu irmão Walter Negrete e a amizade acabou extensiva também a ela”, conta.
Segundo Cacá. Ana Cláudia descobriu um câncer em um dos seios e, em um primeiro momento, conseguiu vencer. O tumor voltaria mais agressivo, posteriormente, mas migrou para a cabeça da paciente.
Ana fez um tratamento de quimioterapia e conseguiu retirar o tumor, que retornaria alguns meses depois.
Abatida, fisicamente,Ana Cláudia piorou e acabou entrando em estado de coma. Lutando bravamente, passou seus últimos meses de vida em um quarto de UTI do hospital Robert Wood Johnson University, em Rahway.
No último sábado, dia 3 de junho, às 6h30, sua trajetória foi interrompida de forma prematura, entristecendo a todos os que a conheceram, partindo para a sua última morada, deixando 4 irmãos, cunhadas, sobrinhos e muitos amigos na comunidade de Newark.
O velório foi realizado na noite de segunda-feira, seu corpo será cremado e as cinzas jogadas no mar, disse Cacá Santos, que ajudou os familiares no processo de encontrar a funerária.
Quem quiser prestar uma última homenagem a Ana Cláudia, a missa de sétimo dia acontecerá no bairro do Ironbound, neste sábado, 10 de junho, às 7PM, na igreja St James (143 Madison St, Newark, NJ 07105).
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